por Marcela Cataldi Cipolla
Explosões matam cerca de 60 pessoas e deixam pelo menos 300 feridos em Assam, na Índia.
O território de Assam faz fronteira com Bangladesh, Butão, China e Mianmar e fica isolado do resto do país por razões naturais. Os não-hindus representam 40% da população e muitos apontam descaso do governo indiano. Grupos separatistas como a Frente Unida de Libertação de Assam (Ulfa) atuam na região desde a independência indiana e dividem a suspeita da autoria do crime com milícias islâmicas (30% da população é muçulmana), especialmente aquelas compostas de imigrantes de Bangladesh.
As informações dadas pela Folha, Estado, Uol Notícias e todos os outros veículos brasileiros apesar de não fornecer dados precisos (os números de mortos e feridos não estão compatíveis) são muito semelhantes, isso porque a fonte é praticamente a mesma, Reuters, AFP, BBC e outras agências internacionais de notícias. As imagens também são escassas, já que, a região apesar de turística, está longe da capital indiana e a nação asiática apresenta pouca unidade. Além disso, atentados separatistas são comuns em um país onde se falam cerca de 20 línguas e 1.600 dialetos.
Como abordar a Índia em um veículo nacional, com tanta instabilidade política entre os seguidores do Bramanismo? Será que o brasileiro só se interessa pela nação quando o tema é rodada de Doha, G20, BRIC ou “viagens exóticas” como a mídia coloca, atualmente? Será que, comercialmente, vale a pena para a imprensa notícias da Índia sendo que a comunidade daquele país no Brasil é de cerca de 380 famílias? E eticamente?
Finalmente, Por que uma insistente cobertura das eleições norte-americanas assola as primeiras capas da seção de política internacional com tantas outras coisas acontecendo no mundo?
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